Por que ainda nos deparamos com práticas que drenam a energia de equipes inteiras e sabotam o potencial de indivíduos e organizações?
Segundo a colunista Betania Tanure (do Valor Econômico), três equívocos recorrentes no mundo corporativo são responsáveis por parte do desgaste que encontramos nas empresas. Esses erros não apenas nos afastam de um ambiente de trabalho saudável, mas também nos limitam em termos de crescimento pessoal e profissional. Vamos explorar quais são esses erros e, mais importante, como evitá-los.
Erro 1: Separar razão e emoção
Embora muitos pensem que a razão e a emoção são forças opostas, a verdade é que elas coexistem e se influenciam profundamente. Na busca por uma abordagem “racional” no trabalho, muitas empresas tentam eliminar as emoções, acreditando que estas só atrapalham. Mas essa separação é um mito: somos seres integrais, e as emoções são um reflexo fundamental de nossas vivências e reações. Interessantemente, pesquisas recentes da Academy of Management revelam que emoções negativas prejudicam o desempenho, mas emoções positivas não o impulsionam necessariamente. Então, por que investir em emoções positivas? Porque são elas que humanizam nosso cotidiano e valorizam o ambiente em que trabalhamos, proporcionando um espaço genuíno de conexão e confiança. Isso exige sinceridade – longe de sorrisos forçados ou otimismo superficial.
Erro 2: O mito do “Líder Super-Herói”
Outro erro muito comum é a expectativa de que líderes sejam super-heróis, aqueles que possuem todas as respostas e carregam nas costas o sucesso da equipe. Esse tipo de abordagem cria um ciclo de dependência e infantiliza as equipes. O resultado? Colaboradores que, ao invés de aprenderem e evoluírem, depositam nos líderes a responsabilidade de cada passo, cada erro e acerto. A consequência é a formação de times menos maduros e resilientes. Ser um líder de impacto é, antes de tudo, permitir que sua equipe se desenvolva, e isso envolve compartilhar responsabilidades, celebrar conquistas e aprender juntos com os desafios.
Erro 3: Sucesso público, fracasso privado
A crença de que devemos exibir apenas nossos sucessos e esconder os fracassos é talvez o mais desgastante dos erros corporativos. Ele gera um ambiente onde só a “perfeição” é celebrada, enquanto os tropeços são varridos para debaixo do tapete. No entanto, compartilhar os erros nos torna mais fortes. Não apenas humaniza quem compartilha, mas cria oportunidades para que outros aprendam e não repitam os mesmos passos. Além disso, quando nos permitimos admitir as falhas, fortalecemos nossa autoestima e cultivamos uma cultura de aprendizagem, baseada em coragem e transparência.
Superando esses erros e construindo um Novo Caminho
O que fazer, então, para deixar esses hábitos para trás? Em primeiro lugar, é essencial reconhecer a importância das emoções e aprender a lidar com elas de maneira consciente e construtiva. Ser líder é saber equilibrar empatia e firmeza, e, mais importante, deixar que sua equipe se desenvolva, sem a pressão de um ideal de perfeição. E, finalmente, encare o fracasso como uma parte natural da trajetória de cada um.
No Escalando Habilidades, acreditamos que esses comportamentos e atitudes se tornam reais e tangíveis quando praticados em situações desafiadoras, como as que proporcionamos em nossos treinamentos. Em nossos programas de “Team Building” e desenvolvimento para executivos, usamos a escalada em rocha como ferramenta de autoconhecimento e fortalecimento de habilidades essenciais, como trabalho em equipe, tomada de decisão sob pressão e a superação de limites pessoais. Não só praticamos o que falamos, como transformamos essas ideias em experiências vivas, na natureza, onde cada participante pode colocar em prática novos comportamentos e sair da zona de conforto.
O ambiente corporativo exige uma evolução constante, e superar esses três erros é um passo importante para todos que buscam ser melhores e fazer melhor. Afinal, não é apenas sobre o trabalho, mas sobre como nos relacionamos conosco e com os outros em todos os momentos.